Costurando alguns momentos desse caminho...



Em um estudo que remonta os caminhos da mulher na história da arte ocidental, Whitney
CHADWICK (1992) relaciona a penetração de tais práticas em atividades externas ao Lar
com a introdução da mulher no campo profissional: quando a mulher saiu às ruas, levou
consigo a tradição doméstica sobre a qual houvera se dedicado por tantos séculos. Essa
penetração aconteceu através das escolas de artes decorativas, no século XIX, em meio à
disseminação nostálgica do modelo de produção medieval (artesanal). O Romantismo
contrapôs-se, dessa forma, à falta de humanidade do ideal trazido pela revolução industrial e
ao anonimato dos objetos produzidos em longa escala. Esse contexto foi propício para a
eclosão de um grande número de oficinas de práticas de tradição doméstica, compostas tanto
por homens como por mulheres. Foi o início da re-significação de práticas como a costura e o
bordado, em fina expressão artística. Anunciou-se aqui um longo processo de assimilação,
pelo circuito artístico, das práticas de tradição doméstica em suas complexidades.

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